Tenho uma triste historia para contar, quando criança sempre escutava minha avó Raimunda dizendo quanto ela ganhava dinheiro para ensinar as pessoas da roça a escrever, e para depois eles irem votar em ¨doutor coroné¨ da roça, homens inescrupulosos que só lembravam do povo no dia da votação.
Quando ela contava estas historias, seus olhos brilhavam, pois foram tempos áureos, muita riqueza, pois muitos não sabiam ler, e assim ela era muito requisitada nas fazendas. Para uma mulher viúva, tendo cinco filhos para cuidar, ela era uma mulher disposta a ir em qualquer lugar para ensinar. Assim ela teve o seu ganha pão garantido, mas ela dava muitas risadas, pois o coronel só queria que ela passasse para seus alunos, já bem adultos como escrever seus nomes, pois seus alunos de pé no chão sabendo escrever seus nomes no dia da eleição eles levavam o nome do coronel escrito em um papelzinho (voto de marmita), e La ele poderia transpassar o nome para cédula da eleição, ganhando assim um chinelo para poder voltar para a roça, e sentir que realizou sua tarefa como cidadão, este era conhecido como voto de marmita, em que o eleitor tinha direito a ter um professor, morar na fazenda ser cuidado pelo coronel, ter um chinelo no dia da eleição. Quão bom era aquele tempo, onde eles eram escravos e nem sabiam. Mas o doutor coronel dava para o agregado, um pedaço de terra, para ter sua casinha, sua vaquinha, seu burrinho, seu mantimento do mês, e seu chinelinho, era muito útil aquele chinelo, pois servia para ele dar educação aos seus pequenos filhos, ate chegar a hora da criança saber o caminho do trabalho, pois assim que o menino conhecia o caminho da roça, o menino já era iniciado no oficio do pai, sendo assim não estava este pai fadado a criar um marginal, mas o futuro da nação brasileira.
Não se ouvia falar de drogas, não se ouvia falar em miséria, pois todos tinham direito a um pedacinho de terra, e minha avó, mais tarde quando estes meninos atingiam uma idade de votar minha avó era requisitada, para ensiná-los a votar no coronel, o mundo mudo?
Vejo que hoje as coisas mudaram muito, não temos mais as terras, não temos mais as vaquinhas, não temos mais os chinelinhos para educar nossas crianças, e eles estão morrendo nas esquinas, por não terem uma verdadeira oportunidade, pois os coronéis se multiplicarão, sendo assim não sabem mais o que o pobre esta passando, com esta distancia eles acreditam que sabem tudo, e que o pobre não sabe nada, logo o que é dado para o pobre hoje, são as conta gotas do que sobram de seus faraônicos furtos. Quando chegam as eleições, não temos o direito mais ao professor, pois este esta de greve por melhores salários, para não morrerem de fome, quando não é em uma cama de hospital enlouquecido, por uma sociedade perversa, e viciada em fazer o mal a qualquer que seja, pois esta é a educação que as criança recebem em casa, nas televisões, nos video-gaimes sem terem uma mãe para educá-los, sem ter um chinelinho do pai para educá-los, tendo mãe e pai que cumprir jornadas de verdadeiros escravos do tempo, não sobrando tempo para passar com seus filhos para dar a educação necessária, de berço, ficando assim para os educadores a amarga sina de ensinar aos alunos a conversar entre si, a respeitar os amigos, a comer na hora certa, não sobra tempo algum para o professor ensinar, uma vez que os alunos não o deixam fazer o que mais gosta de fazer, que é ensinar. Sendo que adora mostrar aos outros as formas de questionamento da vida, a não ser um ser passivo, mas sim um ser que pensa, que respira, que come e que tem direito ao seu destino, sendo assim não se tornar uma massa de manobra dos coronéis, quanto da banda podre da sociedade viciada em coisas depressivas que estão levando nossos jovens ao suicídio civil programado, onde muitos não passam dos dezoito anos.
Para votar nestes poderosos que não pensam no nosso povo como pessoas, mas que nos vê como escória a ser exterminada, é assim que me sinto, sendo professor e irmão de mais cinco professores. Por não ter meus direitos respeitados e ver minha sociedade apodrecendo aos poucos nos aglomerados sociais nessa miserável existência.
É isso aí Robinho!!!!
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